15 de junho de 2011

de repente é...

“Mas é impossível ser feliz sozinho porque sempre tem um desavisado pra te encontrar no meio de um milhão de pessoas, jurando que essa felicidade doida é uma coisa boa.”
- Gabito Nunes.

Ele era do tipo que fazia questão de deixar bem avisado que fazia questão de mim. Depois de vinte e um anos me envolvendo com caras que não sabiam sequer como desenvolver um polinômio, eis que me deparo aqui. Ele conversava comigo com a tranquilidade de quem conversa com um amigo antigo, era calmo e empolgante pensar nele. E eu me perguntava como essas coisas aconteciam. Inimaginável, Impensável, Fora de fogitação, Sem possibilidades, Zero chances. Eu que sempre acreditei em destino, acaso, me peguei contrariando crenças e procurando explicações pra não ter sequer, um dia, pensado nessa possibilidade, pra não ter, de longe, nem imagino como seria um dois a dois. -Observava cada passo que ele dava com a surpresa de quem vê o filho andar pela primeira vez, pronto... era isso, senti uma enorme ansiedade do depois como na primeira vez. Acho que era esse o segredo, sempre a primeira vez! Não me permiti pensar que ainda não tivesse sido capaz de sentir assim antes, mas talvez, por ser tão bom, meu Deus, e como era bom (...) eu não seja nem capaz de lembrar. Ou porque depois de tantas desilusões, uma ilusão boa seja suficiente pra esquecer uns anos dando pés na bunda de tantos "qualquer" por aí. - Deitei e fechei os olhos. Quando senti tudo escuro, me assustei. Bobage, perdi o medo do escuro a muito tempo. Tirando as vezes que cheguei bêbada ou alterada em casa, não me recordo de outra vez que tenha sido tão imediato, deitar a cabeça no travesseiro e fechar os olhos. Era como um filminho, lento, bonito e instigante. Ele não sabia, mas era o motivo de muitos sorrisos, no dia seguinte.
"Tá sorridente, menina!"
"Tá simpática, menina!"
"Tá calma, menina!"
Ninguém suspeitava. Seja o seu alguém, alguém ou ninguém, ausente ou presente, sempre haverá de ter um motivo com nome e sobrenome pra pertubar o canto dos lábios, fazer perder noites de sono e fechar os olhos ao deitar. Talvez fosse uma ajuda à ambos, inconscientemente. Cê me ajuda a curar aqui que eu te ajudo a curar ali e ficamos quites. Talvez. Talvez. Talvez. Ou talvez não. Fosse só um passa...tempo- E daí? Fiquei grandinha o suficiente pra saber que julgar por antecipação, é bobagem. 21 anos e nunca valeu a pena se antecipar, desamarrei os nós e abri os cadeados, basta ter o mínimo de malícia pra destravar os portões. Prometo não fazer força contra.

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